O trágico acidente envolvendo o Boeing 737-800 da Jeju Air no Aeroporto Internacional de Muan, Coreia do Sul, deixou um saldo de 179 mortos e apenas dois sobreviventes. A tragédia, ocorrida no final de dezembro, expôs falhas estruturais e operacionais que colocam em xeque a segurança da aviação no país.
As investigações preliminares revelaram que penas de pássaro foram encontradas em uma das turbinas da aeronave, indicando uma colisão minutos antes do pouso. O piloto chegou a relatar o incidente e declarar emergência, mas o avião sofreu uma explosão ao tentar aterrissar. No entanto, especialistas afirmam que o choque com pássaros, embora um fator relevante, não pode ser considerado o único responsável pelo desastre.
Imagem: Jung Yeon-Je
Outro ponto crítico identificado foi a presença de um barranco rígido e inadequadamente localizado próximo ao final da pista. Essa estrutura, projetada para sustentar equipamentos de navegação aérea, não atendeu às normas de segurança e contribuiu para a gravidade do acidente. Autoridades admitiram falhas na concepção e construção do barranco, que agora está sob investigação.
O ministro dos Transportes da Coreia do Sul, Park Sang-woo, anunciou sua renúncia como forma de assumir a responsabilidade pela tragédia. Ele também afirmou que o governo implementará medidas para melhorar rapidamente os sistemas de pouso nos aeroportos do país.
Além das falhas estruturais, há dúvidas sobre o motivo da não ativação do trem de pouso da aeronave e a decisão do piloto de apressar uma segunda tentativa de pouso após o incidente inicial. O gravador de voz do cockpit foi recuperado e sua transcrição concluída, enquanto o gravador de dados de voo, danificado, está sendo analisado nos Estados Unidos para esclarecer os detalhes do acidente.
A tragédia não apenas abalou a confiança na aviação local, mas também acendeu um alerta sobre a necessidade de maior rigor nas inspeções e no cumprimento das normas de segurança. A resposta rápida das autoridades e a mobilização para investigar e corrigir as falhas mostram um comprometimento inicial, mas especialistas destacam que ações concretas e de longo prazo serão essenciais para evitar novos desastres.
O caso reforça a importância de uma aviação segura e de infraestrutura aeroportuária adequada, lembrando que a prevenção é o único caminho para proteger vidas e garantir a confiança nos sistemas de transporte aéreo.