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Foto do escritorMalu Rocha

Alta do Dólar: Quem Ganha e Quem Perde?

A recente valorização do dólar frente ao real tem gerado impactos significativos na economia brasileira. Apesar de uma queda pontual registrada após intervenções do Banco Central, a moeda americana segue em um patamar elevado, acumulando uma alta expressiva no ano. Essa movimentação afeta diferentes setores de formas variadas, criando um cenário de ganhos e perdas para empresas, consumidores e a economia em geral.


Imagem: REUTERS/Dado Ruvic/Illustration


De um lado, setores como o agronegócio e a indústria extrativa têm razões para comemorar. Com receitas atreladas ao dólar, esses segmentos veem seus ganhos crescerem rapidamente à medida que a moeda americana sobe. Exportadores agrícolas, por exemplo, conseguem vender seus produtos por valores mais altos, enquanto custos com insumos importados, como fertilizantes e máquinas, podem ser adiados graças a estoques estratégicos. Empresas como Vale, Klabin e Suzano, que atuam na mineração e celulose, também se beneficiam, já que dependem pouco de insumos estrangeiros e conseguem converter o câmbio favorável diretamente em lucro.


Além disso, o turismo interno brasileiro se fortalece com o dólar alto. Pacotes de viagens ao exterior se tornam menos atrativos para os brasileiros, incentivando o turismo local. Estrangeiros também se beneficiam da moeda forte, o que pode gerar um aumento no fluxo de visitantes e um impacto positivo na economia do setor.

Por outro lado, o consumidor brasileiro é um dos mais prejudicados pela alta do dólar. A desvalorização do real aumenta os preços de produtos importados, como eletrônicos e medicamentos, e também encarece itens básicos, como alimentos e combustíveis. Setores como o farmacêutico e a indústria de transformação enfrentam dificuldades, já que dependem de insumos estrangeiros para produção, e essas pressões acabam refletindo no bolso dos consumidores.


O segmento de serviços também sente os efeitos negativos. Com o poder de compra reduzido, as famílias tendem a consumir menos, afetando um setor que vinha apresentando bom desempenho nos últimos anos. Montadoras de automóveis, especialmente aquelas que trabalham com carros elétricos importados, também sofrem, já que os custos aumentam consideravelmente.

A incerteza sobre o futuro do câmbio no Brasil adiciona uma camada de complexidade ao cenário. Questões políticas e econômicas internas, como o pacote fiscal recém-aprovado, somam-se às estratégias internacionais, como a política comercial dos Estados Unidos, para definir os rumos do dólar nos próximos anos.


No curto prazo, parece improvável uma queda significativa no câmbio, e a economia brasileira deverá continuar ajustando seus preços e custos para lidar com a nova realidade. Enquanto alguns setores colhem benefícios imediatos, outros enfrentam desafios significativos, impactando diretamente a vida do consumidor e o desenvolvimento econômico do país.

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