BDM gasta R$ 3 milhões em armas do DF para enfrentar avanço do Comando Vermelho na Bahia.

O Bonde do Maluco (BDM) investiu cerca de R$ 3 milhões na compra de aproximadamente 300 armas vindas do Distrito Federal, em 2024, para conter a expansão do Comando Vermelho (CV) em regiões estratégicas da Bahia, como Cruz das Almas e a Ilha de Itaparica. O arsenal incluía revólveres, pistolas e carabinas, desviadas de uma loja de armas em Ceilândia (DF), e chegou ao estado em comboios, entre os meses de março e agosto do ano passado.

Segundo a Polícia Civil do DF, três viagens foram realizadas para transportar os armamentos. O esquema foi descoberto durante a Operação Illusion, que resultou na prisão de dois envolvidos — um deles, intermediador da venda e o outro, funcionário da loja, responsável por transportar as armas.

Foto: Ascom Polícia Civil do Distrito Federal.

A investigação revelou ainda que o dono da loja, Tiago Henrique Nunes de Lima, simulou um furto em agosto de 2024, alegando que ladrões teriam invadido o cofre por meio de um buraco na parede. No entanto, a Polícia descobriu que a loja Delta Guns estava envolvida em crimes tributários e que as armas nunca foram realmente furtadas — elas haviam sido desviadas de forma deliberada para abastecer o crime organizado.

A polícia acredita que o esquema foi motivado pela revogação de políticas armamentistas do governo anterior, o que deixou várias armas no estoque. A falsa comunicação de furto seria uma maneira de burlar os órgãos fiscalizadores, como a Polícia Federal e o Exército Brasileiro.

Até o momento, o Ministério Público da Bahia (MPBA) e a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSPBA) não se pronunciaram sobre o caso, que expõe uma grave rota de tráfico de armas e uma guerra de facções em plena expansão no estado.