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Brasileiros Resgatados de Máfia de Tráfico Humano em Mianmar.

Foto do escritor: Malu RochaMalu Rocha

O drama vivido por Luckas Viana dos Santos, de 31 anos, e Phelipe de Moura Ferreira, de 26 anos, chegou a um desfecho positivo após mais de três meses de escravidão em Mianmar. Os dois brasileiros, vítimas de tráfico humano e forçados a aplicar golpes cibernéticos, foram resgatados com o auxílio da ONG internacional "The Exodus Road". A notícia trouxe alívio e emoção às suas famílias, que aguardam ansiosamente pelo retorno dos jovens ao Brasil.


Luckas e Phelipe, naturais de São Paulo, caíram em uma armadilha ao aceitarem falsas promessas de emprego no Sudeste Asiático. Eles foram levados para KK Park, um local conhecido por operar como uma "fábrica de golpes online". Lá, tiveram seus documentos confiscados e foram submetidos a condições análogas à escravidão, sendo obrigados a cometer fraudes sob ameaças de violência.

Fonte: Arquivo Pessoal


A mãe de Luckas, Cleide Viana, revelou que o filho inicialmente havia recebido uma oferta de trabalho em um cassino nas Filipinas. Com o fechamento do estabelecimento, ele ficou sem recursos para retornar ao Brasil e aceitou uma nova proposta para atuar em um hostel na Tailândia. No entanto, ao chegar ao destino, foi capturado pela máfia local. Já Phelipe recebeu uma suposta oferta para trabalhar em uma central telefônica e desapareceu logo após aceitar o emprego.


A fuga dos brasileiros foi minuciosamente planejada e executada na noite de sábado (8) para domingo (9). Eles conseguiram escapar junto com centenas de outros imigrantes e foram detidos por agentes do Exército Democrático Karen Budista (DKBA), que estavam conduzindo uma operação de resgate para 371 vítimas de tráfico humano.


A diretora da ONG The Exodus Road, Cíntia Meirelles, explicou que os nomes de Luckas e Phelipe foram incluídos na lista de resgatados graças a intensas negociações diplomáticas. A operação foi realizada em cooperação com forças armadas locais, o governo de Mianmar e até mesmo a máfia chinesa que atuava na região.


Atualmente, os brasileiros estão em um centro de detenção da DKBA e devem ser transferidos para a Tailândia, onde passarão por um procedimento legal para comprovar que foram vítimas de tráfico humano. Esse processo pode durar até 15 dias antes de sua liberação definitiva.


Embora a libertação represente uma grande vitória, as dificuldades ainda não acabaram. As famílias agora dependem do apoio do governo brasileiro para garantir a emissão de novos passaportes e financiar as passagens aéreas de retorno.


Cleide Viana e Antônio Carlos Ferreira, pais dos jovens, já solicitaram formalmente a repatriação de seus filhos através da Defensoria Pública da União (DPU). No entanto, eles relataram dificuldades no contato com as autoridades brasileiras para agilizar o processo.


O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Itamaraty, confirmou que vinha acompanhando o caso desde outubro de 2024. Além disso, a situação foi discutida na IV Sessão de Consultas Políticas Brasil-Myanmar, realizada em Brasília no final de janeiro deste ano. Apesar dos esforços diplomáticos, as famílias ainda aguardam providências concretas para trazer Luckas e Phelipe de volta para casa.


O caso dos brasileiros não é isolado. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, pelo menos 120 mil pessoas de diversas nacionalidades estão presas em redes de tráfico humano na região de Mianmar. O país, que vive uma guerra civil desde 2021, tornou-se um ambiente propício para organizações criminosas operarem impunemente.


De acordo com Eduardo Bomfim, delegado da Polícia Federal, muitas das vítimas acabam sendo forçadas a recrutar novos brasileiros para o esquema. As condições de trabalho são exaustivas, chegando a jornadas de 18 horas diárias, e os sequestradores usam métodos cruéis para manter os reféns sob controle.


A libertação de Luckas e Phelipe marca o fim de uma fase de terror, mas abre uma nova batalha para garantir seu retorno ao Brasil. Enquanto aguardam a ajuda das autoridades, suas famílias celebram o resgate e esperam que o caso sirva de alerta para outros brasileiros que possam ser alvos dessas quadrilhas internacionais. A tragédia vivida pelos dois paulistanos reforça a necessidade de maior vigilância sobre falsas promessas de emprego no exterior e destaca a importância do combate ao tráfico humano em escala global.

 
 
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