A Coreia do Sul vive mais um capítulo conturbado em sua história política. O Parlamento aprovou nesta sexta-feira (27/12) o impeachment do presidente interino Han Duck-soo, que havia assumido o cargo após a destituição de Yoon Suk Yeol, presidente eleito, há apenas duas semanas. A decisão, tomada por 192 votos a favor, supera os 151 votos necessários para validar o processo.
Han Duck-soo, que também ocupa o cargo de primeiro-ministro, havia sido escolhido para guiar o país em meio à crise política gerada pela tentativa fracassada de Yoon de decretar lei marcial no início do mês. No entanto, a oposição argumentou que Han não estava colaborando com o avanço do impeachment de Yoon, criando novos entraves no já delicado cenário político sul-coreano.
O pedido de impeachment de Han foi apresentado após ele vetar a indicação de três juízes escolhidos pelo Parlamento para supervisionar o caso de Yoon. A ausência desses magistrados no Tribunal Constitucional, que atualmente conta com apenas seis juízes em um total de nove cadeiras, dificulta o avanço do julgamento de Yoon, já que pelo menos seis votos favoráveis são necessários para confirmar sua destituição.
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A votação no Parlamento foi marcada por protestos acalorados dos membros do partido governista, que acusaram o presidente da Assembleia Nacional, Woo Won-shik, de abuso de poder. Apesar da oposição de seus aliados, Han declarou que respeita a decisão e aguarda o veredito do Tribunal Constitucional, que tem até 180 dias para decidir se o impeachment será mantido.
Essa é a primeira vez que um presidente interino enfrenta impeachment desde que o país se tornou uma democracia. A substituição de Han, pelo ministro das Finanças Choi Sang-mok como presidente interino, não promete aliviar as tensões, mas sim intensificar o impasse político.
A crise política também se reflete na economia sul-coreana. O won atingiu seu nível mais baixo em relação ao dólar desde a crise financeira global de 2008, evidenciando o impacto do caos político sobre o mercado financeiro do país.
Com Yoon enfrentando julgamento de impeachment e acusações de insurreição, aliados próximos presos, e Han agora destituído, a Coreia do Sul enfrenta uma encruzilhada política e econômica. O futuro do país dependerá da capacidade de suas lideranças políticas em restaurar a estabilidade e a confiança da população e dos mercados internacionais.