Quando se pensa em crianças superdotadas, imagina-se que elas terão um desempenho escolar excepcional. No entanto, a realidade pode ser bem diferente. Sem suporte adequado, muitas enfrentam dificuldades de adaptação, são rotuladas como problemáticas e até expulsas das escolas.
Mesmo com laudos que comprovam suas altas habilidades, essas crianças frequentemente não recebem um atendimento educacional diferenciado. O sistema tradicional muitas vezes não oferece desafios suficientes, resultando em tédio, desmotivação e, em alguns casos, comportamentos considerados inadequados.

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Pais relatam que seus filhos sofrem com a falta de compreensão dos educadores e até com a exclusão. A ausência de estratégias para lidar com a superdotação faz com que muitas dessas crianças sejam vistas como hiperativas, indisciplinadas ou agressivas, quando, na verdade, estão apenas frustradas com a falta de estímulo.
Especialistas defendem que educadores precisam ser capacitados para identificar e apoiar esses alunos, com currículos adaptados, aceleração de série e metodologias inovadoras. O Ministério da Educação já prevê o Atendimento Educacional Especializado (AEE) para esses estudantes, mas ainda há um longo caminho para que a inclusão seja, de fato, efetiva.
O reconhecimento da superdotação como uma necessidade educacional especial é essencial para garantir que essas crianças desenvolvam todo o seu potencial sem serem penalizadas por suas diferenças. A solução passa por um investimento em formação de professores e adaptação das escolas, para que o talento se transforme em oportunidade, e não em um obstáculo.