Carlos Eduardo Santiago, suspeito de envolvimento no “Golpe do PIX”, foi solto menos de oito horas após ter sua prisão preventiva cumprida na manhã desta quinta-feira (19), no bairro do Cabula, em Salvador. Ele é acusado de atuar como operador em um esquema de desvios de doações feitas a pessoas em situação de vulnerabilidade, conforme denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA).
Foto: Agência Brasil.
Entenda o caso
De acordo com o MP-BA, o esquema era liderado pelos jornalistas Marcelo Castro e Jamerson Oliveira, que desviavam recursos obtidos por meio do telejornal "Balanço Geral". Apesar das acusações, os dois não tiveram as prisões decretadas. Ao todo, 12 pessoas foram denunciadas por crimes como associação criminosa, apropriação indébita e lavagem de dinheiro. O grupo teria se apropriado de R$ 407.143,78, o equivalente a 75% dos R$ 543.089,66 doados pela audiência do programa.
A prisão e a soltura
Carlos Eduardo foi apontado como um dos titulares das contas correntes utilizadas para movimentar o dinheiro desviado. A prisão preventiva foi inicialmente decretada com base na "periculosidade" dos acusados e na possibilidade de "fuga do distrito da culpa". Contudo, em nova decisão, a Justiça considerou que a prisão representaria uma antecipação de pena, determinando a sua soltura.
Thais Pacheco da Costa, que também teve mandado de prisão preventiva expedido, não chegou a ser detida. Os demais envolvidos no esquema seguem em liberdade.
Investigação e desdobramentos
As investigações começaram em março de 2023, após uma denúncia informal feita à Record. A emissora realizou uma apuração interna, identificou indícios de irregularidades e acionou a Polícia Civil, além de demitir os profissionais envolvidos. As apurações revelaram que o grupo alternava o uso de contas bancárias de nove denunciados, às vezes utilizando mais de uma conta em um único episódio para dificultar o rastreamento.
Em nota, a defesa de Marcelo Castro e Jamerson Oliveira afirmou que a denúncia ainda não foi recebida pela Justiça e negou as acusações.
A Polícia Civil reforça a importância de os cidadãos verificarem a origem de campanhas de doação e desconfiarem de situações que não forneçam total transparência sobre o destino dos recursos arrecadados.