A atriz Fada Santoro, famosa por interpretar a primeira "Escrava Isaura", faleceu no último domingo (16/12), aos 100 anos, em sua casa no Leme, Rio de Janeiro. A artista havia recebido alta hospitalar após uma internação de uma semana devido a complicações causadas pela Covid-19.
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Uma Carreira Marcante no Cinema e nas ChanchadasFada Santoro foi parte de uma geração que marcou a história do cinema nacional. Começando sua trajetória artística na década de 1930 como bailarina em renomados cassinos do Rio de Janeiro e Niterói, ela estreou no cinema em 1937, atuando em produções da Cinédia, a primeira grande produtora do país.
Nos anos 1940, a atriz se consolidou como protagonista das chanchadas, gênero que mesclava humor e música e era um sucesso popular. Em 1949, Fada brilhou ao interpretar Isaura na primeira adaptação cinematográfica de A Escrava Isaura, um papel que lhe trouxe grande visibilidade. Sua carreira seguiu com outros sucessos, como Barnabé, Tu És Meu (1952) e Nem Sansão Nem Dalila (1954), contracenando com grandes nomes como Grande Otelo e Oscarito.
Reconhecimento Nacional e InternacionalAlém de suas contribuições ao cinema, Fada Santoro também atuou no teatro musical e infantil, destacando-se ao lado de Dulcina de Moraes. Com a chegada da televisão, ela fez parte do início da teledramaturgia brasileira, participando de programas transmitidos ao vivo nos anos 1950. Sua carreira ainda se expandiu internacionalmente com trabalhos na Argentina.
Vida Reclusa e FamíliaNa década de 1960, após se casar com o polonês Michael Krymchantowski e ter três filhos, Fada Santoro decidiu se afastar dos holofotes para se dedicar à vida pessoal. Sua última participação na televisão foi na novela A Rainha Louca (1967), da TV Globo, e, no cinema, deixou registrada sua memória no documentário Assim Era a Atlântida (1975), de Carlos Manga, que homenageou a era de ouro das chanchadas brasileiras.
Após sua retirada, Fada optou por uma vida discreta, focando na família e se afastando dos eventos públicos. Sua trajetória deixa um legado imenso para o cinema e para as artes cênicas no Brasil, consolidando seu nome como uma das pioneiras e estrelas mais brilhantes de sua geração.