A Polícia Militar da Bahia (PM-BA) abriu investigação para apurar a conduta de agentes durante uma ocorrência com refém no bairro Tancredo Neves, em Salvador, no dia 10 de dezembro de 2024. O episódio gerou polêmica após o jornalista Marcelo Castro intervir diretamente na negociação com o suspeito, ação que foi reprovada pela corporação.
Foto: Redes Sociais.
Na ocasião, o homem manteve uma mulher refém sob a mira de uma arma após trocar tiros com policiais militares. Imagens divulgadas por Marcelo Castro mostram o jornalista negociando com o suspeito antes mesmo de chegar ao local, através de uma chamada de vídeo. Já no cenário do crime, ele convenceu o homem a se entregar enquanto transmitia o desfecho ao vivo em suas redes sociais.
A vítima foi liberada sem ferimentos, e o suspeito se entregou, sendo preso em seguida. Armas, granadas, munições e drogas foram apreendidas na ação. Contudo, a PM informou que os procedimentos padrão e técnicas de negociação não foram seguidos pelos policiais no local, o que levou à abertura de um processo disciplinar sumário para apuração.
A PM destacou que o processo visa identificar falhas no cumprimento das normas e reforçou seu compromisso com a disciplina e os protocolos operacionais, buscando assegurar a confiança da população na instituição.
Jornalista envolvido em outra investigação
Além de protagonizar a negociação, Marcelo Castro é um dos principais investigados no chamado "Golpe do Pix" na Bahia. O esquema teria desviado mais de R$ 407 mil em doações destinadas a pessoas em vulnerabilidade, arrecadadas pelo telejornal "Balanço Geral", da TV Record Bahia.
Segundo o Ministério Público da Bahia (MP-BA), Marcelo Castro e Jamerson Oliveira são apontados como líderes do esquema, que desviou 75% dos valores arrecadados. Ambos se tornaram réus, juntamente com outros 10 acusados, enfrentando denúncias de associação criminosa, apropriação indébita e lavagem de dinheiro.
A investigação segue em sigilo judicial, e parte dos acusados já teve mandados de prisão revogados, gerando críticas sobre a condução do caso. Até o momento, Marcelo Castro não se manifestou sobre as acusações.