O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, não compareceu nesta quarta-feira (18) ao Escritório de Investigação de Corrupção para Oficiais de Alta Patente, onde deveria prestar depoimento sobre a breve imposição de lei marcial decretada por ele no início deste mês. Segundo a agência Yonhap, Yoon já havia ignorado uma intimação anterior feita pela Procuradoria do país e enfrenta acusações de "insurreição".
Imagem: Yoon Suk Yeol — Foto: Chung Sung-Jun/Pool via REUTERS
O impeachment de Yoon foi aprovado pelo Parlamento no último sábado (14), e ele permanece afastado da presidência até que o Tribunal Constitucional decida sobre sua destituição definitiva. O decreto de lei marcial, emitido no dia 3 de dezembro, restringiu os direitos civis sob a justificativa de combater "agentes pró-Coreia do Norte". A medida foi anulada pelo Parlamento poucas horas após sua imposição, forçando Yoon a recuar.
O Escritório de Investigação de Corrupção está avaliando a emissão de um mandado de prisão contra Yoon, após o gabinete presidencial rejeitar as solicitações para que ele prestasse depoimento. Nesta quarta-feira (18), o Tribunal Constitucional ordenou que Yoon apresentasse o decreto de lei marcial, as atas das reuniões de gabinete relacionadas ao caso, seus planos de defesa e uma lista de evidências, com prazo até a próxima terça-feira (24).
O ex-chefe de Inteligência, Noh Sang-won, teve um mandado de prisão emitido contra ele nesta quarta, enquanto o ex-ministro da Defesa, apontado como mentor da medida, já foi preso na semana passada.
A lei marcial de Yoon, decretada em um contexto de baixa aprovação e tensão política, fechou a Assembleia Nacional, colocou setores como a imprensa sob controle do governo e provocou uma série de protestos populares. Apesar de seu recuo, a medida agravou a crise política no país, com deputados da oposição protocolando um pedido de impeachment e até membros de seu próprio partido defendendo sua destituição.
Yoon, que foi eleito presidente em maio de 2022 por uma margem estreita como candidato do Partido do Poder Popular, enfrenta sua pior crise política, com sua popularidade despencando para 11%. Novato na política, ele ganhou notoriedade como promotor ao conduzir investigações sobre escândalos de corrupção, mas agora luta para manter sua carreira política em meio às acusações e ao desgaste público.