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Foto do escritorMalu Rocha

Queda de Assad redefine mapa político da Síria: novos desafios para um país fragmentado.

Com a saída de Bashar al-Assad e a tomada de Damasco pelos rebeldes, a Síria se prepara para uma nova fase política após mais de uma década de guerra civil devastadora. A queda do regime Assad marca o fim de um governo autoritário de mais de 50 anos, mas deixa um país fragmentado e dividido entre diferentes forças políticas e étnicas.

Bashar al-Assad. Foto: redes sociais/Presidência da Síria


Principais grupos em disputa pelo controle do território:


  1. Hayat Tahrir al-Sham (HTS):

    • Grupo rebelde sunita que liderou a ofensiva contra o regime.

    • Controle predominante na região noroeste, incluindo Aleppo, Hama, Homs e agora Damasco.

    • Liderado por Ahmed al-Sharaa, prometeu reconstruir a Síria, mas enfrenta desconfiança internacional por sua origem ligada à Al-Qaeda.

  2. Grupos Opositores Moderados:

    • Presentes no centro do país, defendem uma abordagem mais conciliadora.

    • Podem atuar como ponte para negociações políticas entre forças rivais.

  3. Grupos Alauítas:

    • Concentrados no litoral sírio, incluindo Latakia e Tartus, onde há bases militares russas estratégicas.

    • Resistiram à queda de Assad, mas enfrentam crescente isolamento.

  4. Curdos:

    • Controlam o norte e nordeste do país, apoiados pelos EUA na luta contra o Estado Islâmico.

    • Enfrentam tensões com a Turquia, que teme a criação de um estado curdo autônomo.

  5. Drusos:

    • Minoria no sudoeste, busca maior autonomia e independência.

    • Controlam a região de Sueida, longe dos grandes centros de poder.


Possível futuro político:


Analistas sugerem a criação de uma federação como solução viável para atender às demandas de autonomia desses grupos. Essa estrutura descentralizada permitiria a cada região maior controle sobre seus próprios assuntos, mas exige negociações complexas e apoio internacional.


Desafios no horizonte:


  • Reconstrução econômica e humanitária: A guerra destruiu grande parte da infraestrutura e causou uma crise humanitária sem precedentes.

  • Conflitos entre grupos locais: Apesar da queda de Assad, as rivalidades entre os grupos podem gerar novos conflitos.

  • Interferência externa: Potências como Rússia, EUA e Turquia continuam desempenhando papéis-chave na política síria.



A transição promete ser um processo longo e incerto, mas a esperança de paz e reconstrução começa a surgir em meio aos escombros.

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