Após a cerimônia de posse de Nicolás Maduro para o terceiro mandato presidencial na Venezuela, realizada nesta sexta-feira (10), o mundo reagiu com forte condenação e novas medidas contra o governo venezuelano. As eleições de julho de 2024, amplamente criticadas pela falta de transparência e pela repressão à oposição, foram o ponto de partida para uma nova onda de sanções e a intensificação de políticas de confronto com o regime.
Foto: Reuters/Henry Romero
Maduro, em seu discurso durante a posse, afirmou que "ninguém impõe um presidente à Venezuela", ignorando as pressões de diversas nações que exigem a divulgação das atas eleitorais. A falta de provas sobre sua vitória, contestada pela oposição, aumentou as tensões internacionais.
Os Estados Unidos, em uma ação decisiva, elevaram a recompensa por informações que levem à captura de Maduro para US$ 25 milhões (aproximadamente R$ 153 milhões) e impuseram novas sanções econômicas. A Casa Branca criticou duramente a posse de Maduro, chamando-a de “ilegítima” e reforçando o desrespeito do presidente pelas normas democráticas.
A União Europeia e o Reino Unido seguiram a mesma linha, impondo sanções que atingem tanto o governo quanto as figuras-chave do regime.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, se posicionou contra a criminalização da oposição, destacando sua postura a favor de um debate democrático. No Brasil, o vice-presidente Geraldo Alckmin classificou a posse de Maduro como “lamentável”, ressaltando a necessidade de fortalecer a democracia.
A Eleição Contestada e a Crise Política na Venezuela
A cerimônia de posse de Maduro em Caracas simboliza o fim de um processo eleitoral marcado por intensos questionamentos. Durante a eleição de 28 de julho de 2024, o regime impôs sérias limitações à oposição, bloqueando a candidatura de líderes proeminentes como María Corina Machado e dificultando a participação de outros adversários. Com a exclusão de observadores internacionais e a prisão de opositores, o pleito ficou ainda mais comprometido.
Apesar de o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter proclamado Maduro como vencedor com pouco mais de 50% dos votos, a oposição, com base em contagens paralelas, afirmou que Edmundo González havia vencido com ampla vantagem. Isso deu início a uma disputa acirrada de narrativas, que resultou em violência e repressão. González foi forçado ao exílio na Espanha, enquanto Machado continua escondida na Venezuela, temendo por sua segurança.
O Futuro da Venezuela: Um Regime Contestado e Oposição Exilada
O cenário político na Venezuela permanece instável e marcado pela tensão entre as autoridades e a oposição. O país enfrenta um futuro incerto, enquanto as pressões internacionais para a democratização aumentam. As sanções econômicas e a recompensa pela captura de Maduro refletem um isolamento crescente da Venezuela na arena internacional, e a disputa pelo controle do poder político continua a se intensificar.